Acadêmico da UFSC tem estudo sobre ‘Fake News’ reconhecido em seminários de Administração

19/11/2019 12:40

Acadêmico da UFSC tem estudo sobre ‘Fake News’ reconhecido em seminários de Administração

18/11/2019 10:53

O estudo ‘Fake News e o comportamento online dos eleitores nas redes sociais durante a campanha presidencial brasileira de 2018’ desenvolvido pelo doutorando no Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da UFSC, João Henriques de Sousa Júnior, em conjunto com os professores do Programa, Martin de la Martiniere Petroll e Rudimar Antunes da Rocha, foi reconhecido um dos três melhores artigos no Seminários de Administração (SemeAd 2019/USP), na linha de Marketing.

O artigo também foi selecionado para fast-track em um periódico nacional de Qualis B1 (segundo o Qualis 2013-2016). O estudo teve como objetivo compreender o fenômeno das Fake News e analisar sua influência no comportamento online dos eleitores brasileiros durante o período da campanha presidencial de 2018. Para isso, fez-se uso de abordagem mista (qualitativo e quantitativo), com utilização de análise netnográfica básica, análise de tendências e análise quantitativa básica.

Para a análise netnográfica, João Henriques, esteve inserido em dois grupos partidários do Facebook para coletar informações acerca do período do segundo turno (de 8 a 28 de outubro de 2018). Foram analisados um total de 174 postagens para identificar o engajamento de conteúdos falsos dentro dos dois grupos. A análise de tendências foi realizada utilizando a ferramenta gratuita do Google Trends, buscando pelo termo ‘Fake News’ no Brasil e no mundo nos últimos cinco anos. Por fim, foi realizado um survey online entre 25 de março de 2019 e 06 de abril de 2019, com amostra final de 676 respondentes advindos de 23 estados brasileiros mais o Distrito Federal.
Os resultados do estudo mostraram que ambos os lados partidários fizeram uso de fake news em suas postagens em grupos de redes sociais. As fake news que utilizavam tom humorístico foram as que apresentaram maior engajamento no Facebook, tendo sido percebido que o grupo pró-direita no apresentava maior compartilhamento de notícias advindas de blogs sem fonte segura de informação. 95,7% das pessoas acreditam que a internet influencia na opinião e voto dos eleitores e 92,6% confirmaram ter recebido alguma Fake News durante o período da campanha eleitoral presidencial de 2018, tendo sido o Whatsapp (83,6%) e o Facebook (82%) as duas principais redes sociais, local em que este tipo de notícia se propagou.
O termo ‘fake news’ alcançou o segundo maior pico de popularidade de buscas e utilização logo após o resultado do primeiro turno das eleições 2018. O maior pico de popularidade nas buscas e utilização do termo ‘fake news’ no Brasil se deu em janeiro de 2018, mesmo período em que ocorreram: indiciamento de Haddad por suspeita de caixa 2 em campanha em São Paulo, Michel Temer sendo acusado de propina no decreto do setor de portos, um ano de governo de Donald Trump, e mortes em São Paulo em decorrência da Febre Amarela.
Por fim, com base nos dados coletados, ao se traçar um perfil de quem compartilhou ‘fake news’ durante o período eleitoral de 2018, percebeu-se que, diferente do perfil norte-americano (em que estudos mostraram ser idosos conservadores), no Brasil o perfil de quem compartilhou essas notícias foi: jovens universitários de faixa etária entre 22 e 29 anos e que tinham certeza de que as notícias recebidas pela internet são capazes de influenciar no momento do voto.
* Com informações dos autores.

 

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