A vida no CSE – Márcio Nascimento
O primeiro rosto que se vê ao chegar no CSE é o do Márcio Nascimento. Desde bem cedinho ele já está ali na recepção. É o guardião das chaves, responsável por abrir todas as portas e fazer o controle de quem entra e quem sai do prédio. Bem humorado e atento, ele ainda cuida da correspondência de todo o centro.
Márcio entrou na UFSC em 1985 quando tinha pouco mais de 17 anos. Foi uma conquista. Ele já trabalhava antes numa cooperativa que prestava serviços para os trabalhadores da Universidade e há tempos namorava uma vaga na UFSC. Naquela época ainda não havia concurso então ele foi indicado por um professor que havia trabalhado com ele na cooperativa. Veio para ocupar o cargo de serviços gerais e seu primeiro local de trabalho foi a Biblioteca Central, onde ficou um ano. Logo veio para o CSE e nunca mais saiu daqui.
Ele lembra que desde menino não era muito de estudar, mas quando começou a trabalhar na UFSC foi incentivado pelo então diretor do DAE, o Irineu Manuel de Souza, a fazer o Prepesufsc, um programa de formação dos trabalhadores que preparava para a realização das provas de conclusão de primeiro e segundo grau. Assim terminou os estudos. Márcio também recorda as grandes greves dos trabalhadores que tiveram início logo que ele entrou na UFSC. “Era um tempo de muita participação. Os trabalhadores se uniam, os professores também e os alunos se envolviam bastante nas greves”. Hoje, ele vê a UFSC mais elitizada, com estudantes mais apáticos com relação à política e pouca unidade entre os trabalhadores. “Mas já foi muito bom. Conquistamos muitas coisas com a luta”.
Márcio gosta de trabalhar na UFSC e foi aqui que formou os dois filhos do primeiro casamento. Um graduado em Letras e outro em Física, já muito bem encaminhados. “Tenho orgulho disso”. Do segundo casamento tem um enteado que está com 24 anos. “Minha atual esposa conheci quando fazia o Prepesufsc, olha a UFSC aí de novo”. Faltando quatro anos para a esperada aposentadoria, ele se diz muito satisfeito com a vida que construiu trabalhando na universidade e com os amigos que amealhou ao longo de todos esses anos no CSE. “Será bom sair, mas vou sentir saudades”. Márcio é a vida que vive no CSE.